24 outubro 2009

a poesia é proibida para os jornalistas

..

(...)
Não me leias se buscas
flamante novidade
ou sopro de Camões.
Aquilo que revelo
e o mais que segue oculto
em vítreos alçapões
são notícias humanas,
simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra,
um não-estar-estando,
mas de tal jeito urdidos
o jogo e a confissão
que nem distingo eu mesmo
o vivido e o inventado.
(...)

drummond

22 outubro 2009

amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


drummond

o mar batia em meu peito,
não batia no cais


drummond

18 outubro 2009

usually when things has gone this far
people tend to disappear


qualquer outro sono seria supérfluo, era uma daquelas noites frias lá fora e quentes, quentes, incômodas. havia um coração correndo em fuga e pensamentos feito flechas, fazendo sombra entre as cortinas. como quando você fecha os olhos só pra dar de sentir de novo o cheiro das memórias - memórias que são dores, ardores, consolos. a noite, cúmplice, não diz nada até que o dia chegue. se despede em sussurro e deixa ficar uma ou duas emoções sem nome, pra que aguentemos sem morrer de saudade até o próximo anoitecer. que sabemos que virá. mas que mata aos poucos, segundo a segundo, de saudade, de paixão e de lamento.

15 outubro 2009

Um nojo, vez em quando me dá asco - nojo é culpa, nojo é moral - você se sente sórdido, baby?

caio, de novo.
 

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